Tudo sobre a Síndrome de Burnout: o que é, sintomas, tratamento e como prevenir!

Tudo sobre a Síndrome de Burnout: o que é, sintomas, tratamento e como prevenir!

Um assunto que vem ganhando cada vez mais importância na sociedade atual, especialmente após a pandemia de Covid-19, é a Saúde Mental. Para muitos médicos, psicólogos e estudiosos, as doenças e transtornos mentais são o grande mal da sociedade contemporânea.

Quando pensamos no âmbito profissional, podemos destacar como um dos principais problemas de saúde mental a Síndrome de Burnout, que afeta a vida de milhões de trabalhadores pelo mundo.

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela recebeu recentemente a classificação de doença ocupacional, após sua inclusão na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Essa classificação é importante porque garante que as pessoas diagnosticadas com Burnout tenham os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários que alguém que possua outras doenças associadas ao trabalho.

No Brasil, os dados sobre pessoas afetadas por essa síndrome são alarmantes. De acordo com o International Stress Management Association (ISMA-BR), pasmem, o Brasil é o 2º país do mundo com mais casos de Burnout!

Olhando para os números: a doença atinge 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores, segundo levantamentos da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Isso é assustador!

Os malefícios que essa doença traz são inúmeros e podem resultar no desenvolvimento de outros transtornos mentais, podem afetar a saúde física do trabalhador, prejudicar sua rotina, seus relacionamentos e muito mais.

Para evitar que chegue a esse ponto, reunimos nesta matéria as principais informações que você precisa saber sobre a Síndrome de Burnout, seus sintomas e principais formas de prevenção.

Confira os tópicos que serão abordados neste conteúdo:

  1. O que é a Síndrome de Burnout
  2. Dados sobre Burnout
  3. Como identificar os sintomas de Burnout
  4. Como é feito o diagnóstico e tratamento
  5. Qual a melhor forma de se prevenir contra o Burnout

O que é a Síndrome de Burnout?

Síndrome de Burnout (também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional) é um distúrbio emocional que se manifesta através da exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, causados por situações profissionais desgastantes.

Geralmente, essa condição se manifesta quando a pessoa ultrapassa todos os limites de sua capacidade de gerenciar as demandas, o estresse e as cobranças (tanto internas quanto externas). É uma situação em que o trabalho extrapola o aceitável e passa a afetar intensamente a saúde mental do trabalhador.

O termo “burnout” tem como origem a língua inglesa e significa “queimar-se por completo”, representando um tipo de esgotamento em que algo deixa de funcionar por uma grave exaustão de energia.

A principal causa da doença é justamente a sobrecarga de atividades, mais comumente associada ao ambiente profissional. Por isso, a síndrome costuma se manifestar mais comumente em profissionais que lidam rotineiramente com ambientes de muita pressão, cobrança, forte competitividade, altas demandas, exigências emocionais e grandes responsabilidades.

Burnout gera sofrimento psicológico e pode resultar em estado de depressão profunda e, por conta disso, é fundamental buscar apoio profissional quando identificar o surgimento dos primeiros sintomas.

 

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Dados sobre Burnout

Segundo estudo feito pela Asana, empresa de software norte-americana, que analisou mais de 10.000 trabalhadores em sete países, aproximadamente, 70% das pessoas sofriam ou sofreram em algum momento com a síndrome de burnout.

Olhando pela perspectiva de gênero, 67% das mulheres entrevistadas relatam ter burnout e 59% dos homens afirmaram ter a doença. No geral, 40% dos trabalhadores acreditam que o transtorno é uma parte necessária na jornada rumo ao sucesso.

Considerando os aspectos geracionais presentes no estudo da Asana, é possível encontrar os seguintes números

  • 47% são baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964);
  • 74% são millennials (nascidos entre 1980 e 1995);
  • 84% são pessoas da geração Z (nascidas no final da década de 90);

Já com base no estudo de uma outra empresa norte-americana, a McKinsey & Company, 25% da geração Z sofre com o transtorno, assim como 13% da geração millenial, 13% da X e, ainda, 8% dos boomers.

Para completar, uma pesquisa da Deloitte e da Workplace Intelligence, feita em quatro países, detalhou os tipos de questões relativas ao esgotamento e saúde mental com as quais os trabalhadores precisavam lidar:

  • 43% diziam estar exaustos sempre ou frequentemente;
  • 42% afirmavam ter estresse;
  • 35% relataram estar sobrecarregados;
  • 23% afirmaram que estavam deprimidos.


Olhando para o Brasil, segundo a Anamte, mais de 30 milhões de pessoas sofrem com burnout. Além disso, são 11,5 milhões de brasileiros diagnosticados com depressão (uma das maiores consequências caso o burnout não seja tratado). A previsão é que, caso o cenário não mude, até 2030, o transtorno possa se tornar o mais comum no país.

 

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Como identificar os sintomas de Burnout

A Síndrome de Burnout pode causar sentimentos de fracasso e exaustão, incluindo sintomas psíquicos e físicos que afetam diretamente a vida do trabalhador.

Como principais sinais de que você possa ter (ou estar muito próximo de ter) Burnout, destacamos:

 

Queda na produtividade

Um dos principais sintomas do Burnout é a perda de produtividade, geralmente associada a falta de foco, problemas com a perda de memória, dificuldade para aprender e raciocínio lento. A produtividade no trabalho e nos estudos é uma das primeiras coisas a serem prejudicadas quando estamos sobrecarregados e esgotados.


Dor de cabeça



As dores de cabeça causadas pela síndrome, geralmente, são geradas por conta do estresse e do excesso de preocupação. O sentimento de esgotamento é tão forte que essas dores costumam ser bastante intensas e constantes. É um ciclo, porque quanto mais estressado você está, mais prejudicadas ficam suas funções, aumentando sua frustração e intensificando cada vez mais as dores.



Cansaço excessivo



O cansaço físico e mental é um dos sintomas mais comuns do esgotamento profissional. Com a Síndrome de Burnout, o paciente sente como se não tivesse energia para nada. A sensação é de que é preciso fazer o triplo de esforço do que o normal para realizar qualquer atividade.


Distúrbios do sono



Também é bastante comum que a pessoa afetada pelo Burnout tenha problemas com o sono, seja um excesso de vontade de dormir ou episódios frequentes de insônia. Em ambos os casos, as alterações costumam afetar fortemente a rotina e a saúde do trabalhador.
Além desses problemas mais comuns, é possível apresentar outros tipos de distúrbios do sono, como apneia do sono, bruxismo e terrores noturnos.


Alterações no apetite



Na Síndrome de Burnout, é comum perceber algumas mudanças no apetite, seja a perda da fome, ou, ao contrário, a compulsão alimentar. Assim como no caso dos distúrbios do sono, as alterações no apetite são extremamente preocupantes e podem levar a outros problemas de saúde.

 

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Fadiga e dores musculares



A tensão e o estresse característicos do esgotamento também fazem com que fadiga e dores musculares sejam sentidas no corpo, mesmo que nenhum esforço físico tenha sido feito. Em casos mais graves, dores nas articulações também podem ser notadas, já que o estresse pode, inclusive, diminuir o limiar da dor.



Pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos


O Burnout também pode afetar a pressão arterial, ainda que elas não sejam facilmente percebidas pelo paciente. O que costuma ser mais perceptível (e, portanto, mais relatado pelas pessoas afetadas) é a alteração dos batimentos cardíacos, que ficam acelerados, principalmente durante a noite.

 

Problemas de pele e queda de cabelo


Se você ttiver uma doença de pele, como eczema, rosácea ou psoríase, o Burnout pode piorar muito a situação. Também pode causar urticária e coceira, suor excessivo e, grande parte das vezes, queda de cabelo. Existem pessoas que chegam a formar feridas no couro cabeludo de tanto estresse.

 

Problemas no intestino



Dores de estômago devido ao estresse não são exatamente novidade, mas para quem é diagnosticado com Burnout isso pode chegar em níveis muito piores.

A correlação entre estresse e problemas no sistema digestivo é real. O que ocorre é que o estresse libera adrenalina e cortisol, fazendo com que o corpo produza ácido do suco gástrico em excesso. A alta acidez deixa todo o sistema digestivo irritado e causa dores, náuseas e vômitos – pode até causar uma úlcera.

Desde sintomas mais simples, como dor, gases, diarreia e constipação, até condições mais complexas, como síndrome do intestino irritável e refluxo ácido.


Sofrimento psíquico



Outro grande sintoma da síndrome é o sofrimento psíquico, que leva a varias outras questões como: baixa autoestima, pessimismo, alterações de humor, sensação de desesperança e auto sabotagem.



Como é feito o diagnóstico e tratamento do Burnout


Conhecer os principais sintomas da síndrome de burnout não é o bastante. Uma vez que você perceber que apresenta alguns dos sintomas e que a chance de ter a síndrome é alta, é importante compreender como o diagnóstico será feito para buscar a ajuda correta.

O mais recomendado é buscar um psiquiatra e/ou um psicólogo, que são os profissionais de saúde ideais para diagnóstico, acompanhamento e indicação dos melhores tratamentos de da síndrome de burnout, de acordo com cada paciente.

Muitas pessoas não procuram ajuda médica por não saber ou não conseguir identificar todas os sinais de que há algo de errado. E, em muitos casos, negligenciam o problema, sem saber que quadros mais graves podem ocorrer.

Uma dica interessante é não ignorar as opiniões de amigos próximos e familiares, pois eles ajudam a identificar os sintomas da doença que nós mesmos ignoramos.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) está preparada para garantir, de forma integral e gratuita, os melhores tratamentos para o paciente, desde o diagnóstico até a administração de medicamentos.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que fazem parte da RAPS, são os espaços mais recomendados para esses casos. Aliás, o CAPS é livre demanda, logo, qualquer indivíduo pode ir até lá sem a necessidade de encaminhamento profissional.

O Burnout demanda um tratamento com abordagem psicoterápica. Por isso, a terapia é fundamental nesse processo, ajudando o paciente a se conhecer melhor e a lidar melhor com os sentimentos e sensações causados pela sua condição.

Porém, o tratamento vai além disso. O uso de medicamentos (antidepressivos, ansiolíticos, calmantes, dentre outros) também pode ser implementado em alguns casos, mas sempre com acompanhamento próximo de um médico psiquiatra.

Além disso, as mudanças no estilo de vida do paciente são de extrema importância. Uma rotina mais organizada e a prática regular de atividades físicas ajudam na obtenção de bons resultados. Também devem ser apresentadas ferramentas para a auto regulação, como exercícios de respiração e relaxamento.

 

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Qual a melhor forma de se prevenir contra o Burnout



Segundo o próprio Sistema Único de Saúde (SUS), a melhor forma de prevenir a Síndrome de Burnout é aderir a estratégias que reduzam o estresse e a pressão no trabalho.

Ter condutas saudáveis que preservem a saúde física e mental são essenciais na prevenção do desenvolvimento da doença, assim como também ajudam a tratar os sintomas iniciais da síndrome.

As principais formas de prevenir a Síndrome de Burnout são:

  • Valorizar os pequenos avanços na vida profissional e pessoal;
  • Tenha momentos de pausa no seu dia a dia e lembre-se de reservar espaço para o lazer e o descanso;
  • Participar ativamente de atividades com família e amigos;
  • Ter momentos de “fuga” da rotina diária: conhecer um lugar novo, sair para jantar, viajar no fim de semana;
  • Não se cobrar de forma exagerada;
  • Realizar atividades de relaxamento mental (meditação, ouvir música etc.);
  • Separar bem vida profissional da vida pessoal;
  • Conhecer seus limites e respeitá-los;
  • Expressar adequadamente insatisfação ou sobrecarga para seus superiores no trabalho;
  • Não alimentar pensamentos e sentimentos "negativos";
  • Conversar abertamente com alguém de confiança sobre seus sentimentos;
  • Fazer atividades físicas regulares (academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc);
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental e ansiedade;
  • Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica;
  • Descansar adequadamente, com boa noite de sono (pelo menos 8h diárias).
  • É fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.

 

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Perguntas frequentes sobre Síndrome de Burnout



Quais são os principais sintomas da Síndrome de Burnout?

  • Sentimentos de fracasso;
  • Exaustão,
  • Déficit de concentração;
  • Baixa autoestima;
  • Pessimismo,
  • Alterações de humor;
  • Sensação de desesperança,
  • Dor de cabeça,
  • Distúrbios do Sono;
  • Problemas de arritmia, na pele e estômago.


Como evitar o Burnout no ambiente de Trabalho?



A prevenção da síndrome no trabalho deve ser destinada a todos os trabalhadores e tem como propósito a redução ou eliminação dos fatores de risco organizacionais para a ocorrência de burnout. Alguns exemplos de ações são:

  • Apoio adequado aos trabalhadores,
  • Humanização dos horários de trabalho,
  • Implantação de planos de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal,
  • Realização de programa de boas-vindas,
  • Desenvolvimento de liderança de gestores.



Quais os fatores de risco para o Burnout?



O maior fator de risco da Síndrome de Burnout é o estresse, porque, com o passar do tempo, ele pode se tornar crônico e trazer graves problemas de saúde. Assim, é fundamental estar alerta aos sintomas apresentados para, se necessário, procurar tratamento imediato.


Portadores de burnout têm direito a licença médica?


Sim. Pela legislação atual, portadores de burnout têm esse direito e, em casos considerados graves, até à aposentadoria por invalidez.



Qual profissional devo procurar para tratar a Síndrome de Burnout?


Quem trata pacientes com diagnóstico de Burnout é um psicoterapeuta ou psiquiatra. Ele pode receitar terapia cognitiva comportamental ou outro tipo de atendimento psicológico. Eventualmente, medicamentos entram em cena, com o uso de antidepressivos.

 

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