O medicamento Venvanse está em falta em todo o Brasil. O principal motivo para essa situação está associado ao uso indiscriminado do fármaco por pessoas saudáveis, o que fez aumentar muito sua procura, gerando uma escassez nas prateleiras das drogarias.
O dimesilato de lisdexanfetamina, comercialmente conhecido como Venvanse, é fabricado pelo laboratório Takeda e não possui genérico. Sua utilização foi aprovada pela Anvisa apenas para dois fins:
- Tratar pessoas diagnosticadas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e
- Tratar pacientes com o transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP), distúrbio mental que condiciona o indivíduo a um descontrole alimentar, fazendo-o comer muito mesmo sem estar com fome.
Porém, a realidade vem se mostrando muito diferente e está preocupando cada vez mais a comunidade médica: o consumo desse remédio, que é tarja preta, aumentou muito em pessoas psiquicamente saudáveis, que fazem uso da droga com o objetivo de melhorar a concentração nos estudos e no trabalho.
Além de colocar sua própria saúde em risco, esses usuários acabaram beneficiando a venda ilegal do medicamento o que gerou a falta do produto nas farmácias, prejudicando muito todos aqueles que realmente precisam do fármaco para tratamentos de TDAH e TCAP.
Para que serve o Venvanse?
Venvanse é uma anfetamina cujo efeito principal é estimular o Sistema Nervoso Central (SNC), atuando na melhora da concentração e do foco. Seus efeitos de atenção são considerados por muitos médicos como mais intensos que os da Ritalina e Concerta, podendo trazer reações adversas mais graves.
Sua substância ativa é a Lisdexanfetamina e sua venda nas farmácias ocorre somente com receita médica. Além de ser uma droga forte, também está disponível em doses maiores do que a Ritalina e Concerta, podendo chegar a 70mg por comprimido.
O usuário do Venvanse tem um aumento na capacidade de concentração, de manter o esforço mental, ignorar as distrações, diminuir a agitação mental e a hiperatividade, tanto física quanto mental.
Por isso, o uso do medicamento é indicado para quem possui Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e, mais recentemente, também foi aprovado para uso por quem tem diagnóstico de Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP).
Porém, o perfil dos usuários tem sido bem diferente. Jovens estudantes, concurseiros, empresários e profissionais de tecnologia que buscam formas de melhorar sua concentração e foco a fim de aumentar sua produtividade.
O grande problema é que o risco do uso irrestrito do Venvance é muito grave, já que ele afeta diretamente o sistema nervoso. O mecanismo do remédio gera um pico de produção de noradrenalina e cortisol, aumentando a frequência cardíaca, elevando a circulação do sangue para os músculos e contraindo as pupilas.
Para quem possui TDAH, por exemplo, o uso do medicamento é adequado, já que eles possuem uma disfunção no córtex pré-frontal, responsável pelo foco e pragmatismo. A noradrenalina, então, acaba sendo fundamental para o correto funcionamento dessa região.
Porém, para quem não possui os transtornos psíquicos indicados, as consequências são bem diferentes e bastante preocupantes.
Riscos do uso indevido do Venvanse
O Venvanse é uma anfetamina forte, possuindo um número alto de efeitos colaterais, por isso precisa ser usado apenas sob acompanhamento médico e costuma estar sempre associado a tratamentos não-medicamentosos que assegurem ganhos de longo prazo para o paciente.
Porém, com o aumento de pessoas saudáveis buscando pelo medicamento, a comunidade médica está alarmada com os graves riscos nos quais esses usuários indevidos estão se colocando.
O Venvanse é uma droga que estimula a produção de noradrenalina, assim como a cocaína. Muitas pessoas sem TDAH ou TCAP estão usando o fármaco sem acompanhamento médico com o objetivo de ter energia para estudar mais, melhorar a atenção ou trabalhar mais focado.
Porém, as consequências disso são gravíssimas, já que os neurologistas explicam que a quantidade de malefícios de quem usa o Venvanse sem indicação médica é muito maior do que os efeitos positivos que o remédio fornece por algumas horas.
Dentre seus efeitos colaterais, o medicamento pode causar hipertensão, arritmia e até mesmo ataque cardíaco. Pessoas que já tenham tendência à esquizofrenia ou transtorno bipolar, por exemplo, podem ter um pico de surto maníaco e psicótico.
O uso prolongado também pode levar à dependência e à depressão, já que quando há uma interrupção abrupta em um consumo contínuo de “energia artificial” dá um reboot no organismo.
Dentre os principais efeitos colaterais (tanto mais leves quanto os gravíssimos), podemos citar:
- Boca e olhos muito secos;
- Dores de cabeça;
- Insônia;
- Variações de humor;
- Agressividade e irritabilidade;
- Taquicardia e hipertensão;
- Hiperfoco e pensamentos obsessivos;
- Nervosismo e inquietação;
- Falta de ar;
- Erupções de pele;
- Euforia e mania (durante o efeito);
- Fadiga e depressão (quando passa o efeito);
- Tonturas e náuseas;
- Perda do apetite e do peso;
- Transpiração excessiva;
- Tremores;
- Episódios psicóticos;
- Dependência química;
- Tiques e Síndrome de Tourette.
Para piorar a situação, segundo alguns médicos, o uso do medicamento por quem não possui algum transtorno mental é inútil, já que não haverá nenhuma mudança real no desempenho cognitivo da pessoa exatamente pelo fato de que seu sistema nervoso já funciona em capacidade normal.
Ou seja, além do aprimoramento de desempenho não acontecer (o que pode ocorrer é um efeito placebo), a pessoa ainda está colocando em risco a sua capacidade de rendimento natural, que pode decair drasticamente com o uso contínuo do Venvanse.
Medicamento em falta nas farmácias
Apesar do Venvanse, oficialmente, só ser vendido com prescrição médica, a quantidade de grupos ilegais de venda do produto vem aumentando nas redes sociais. Isso gerou uma escassez generalizada do medicamento nas principais redes de farmácia do país.
Segundo a própria farmacêutica Takeda, fabricante do medicamento, não há previsão de quando o medicamento será reabastecido nas drogarias. O desabastecimento é consequência do aumento da demanda e de dificuldades nos trâmites de importação do produto.
A carência é mais sentida em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, mas já prejudica muito os pacientes com transtornos que realmente precisam do fármaco para seus tratamentos e não o encontram para venda nas farmácias.
O Venvanse não integra a Relação Nacional de Medicamentos, lista de remédios prioritários que devem atender às necessidades de saúde da população brasileira, e, por isso, não está disponível para a distribuição do SUS. Agravando ainda mais a situação de quem depende do fármaco para o tratamento de TDAH ou TCAP.
Nootrópicos naturais: alternativas seguras para performance cognitiva
Para quem não possui TDAH e nem TCAP, mas está buscando por formas de melhorar sua concentração e desempenho nos estudos ou no trabalho, existem alternativas seguras, legais e mais eficientes do que o uso de Venvanse (ou de outros medicamentos semelhantes e que geram graves riscos à saúde).
Os nootrópicos naturais são neuro ativadores derivados de substâncias orgânicas advindas de plantas, raízes e sementes, que estimulam uma melhor performance cerebral de maneira sustentável.
Ao invés de gerar um desbalanceamento na produção de neurotransmissores, os nootrópicos ajudam a equilibrar as funções cognitivas garantindo a nutrição e proteção do cérebro.
Assim, fazer uso de um nootrópico natural pode ser a melhor opção para melhorar aspectos como concentração, foco, memória, pensamento ágil e capacidade de aprendizado e ainda favorecer sua saúde mental.
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